O Eucalyptus no Brasil
As primeiras mudas de eucalipto que chegaram no Brasil foram plantadas no Rio Grande do Sul em 1868 e o plantio em escala comercial data da primeira década do século XX, 1904. Inicialmente, foi introduzido como monocultura destinada a suprir a demanda de lenha para combustíveis das locomotivas e dormentes para trilhos da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Do Estado de São Paulo, o plantio de eucalipto se estendeu para todo o centro e sul do País e na década de 50 passou a ser produzido, como matéria prima, para o abastecimento das fábricas de papel e celulose. Durante o período dos incentivos fiscais, na década de 60, sua expansão foi ampliada, tais incentivos perduraram até meados dos anos 80, sendo esse período considerado um marco na silvicultura brasileira.
Originário da Austrália e outras ilhas da Oceania, o eucalipto apresenta-se como uma espécie vegetal de rápido crescimento e adaptada para as situações edafobioclimáticas brasileiras. Em suas plantações, normalmente o corte para a industrialização ocorre aos sete anos, em um regime que permite até três rotações sucessivas, com ciclos de até 21 anos. Atualmente, o aumento da produtividade foi alavancado pelo melhoramento genético tradicional e a clonagem. Devido a sua fácil adaptação às mais diferentes condições de clima e solo, o eucalipto passou a ser uma alternativa racional contra a devastação das florestas nativas em diversas regiões do planeta.
O eucalipto é aplicado em diferentes processos e com diversas finalidades, como produção de celulose, papel, postes, energia, chapas, lâminas, compensados, aglomerados, carvão vegetal, madeira serrada e móveis. Além de outros produtos como o óleo essencial em produtos de limpeza, alimentícios, perfumes e remédios e o mel de alta qualidade produzido a partir do pólen de suas flores, alcançando grande importância econômica para o País.
O eucalipto brasileiro se destina basicamente à produção de celulose e papel e ao carvão que abastece as siderúrgicas. As indústrias brasileiras que usam o eucalipto como matéria prima para a produção de papel, celulose e demais derivados representam 4% do nosso PIB, 8% das exportações e geram aproximadamente 150 mil empregos. A Sociedade Brasileira de Silvicultura (SBS) distribui a necessidade de plantio de eucalipto, para atingir a demanda atual, como sendo: 170 mil ha / ano para celulose, 130 mil ha / ano para madeira sólida, 250 mil ha / ano para carvão vegetal e 80 mil ha / ano para energia. As maiores áreas estão localizadas nos Estados de Minas Gerais (51,8%), São Paulo (19,4%), Bahia (7,2%) e Espírito Santo (5,1%).
A participação brasileira de produtos florestais no mercado mundial é de 2% considerando-se os dados agregados de diferentes áreas, incluindo o eucalipto. Por enquanto, apenas 14% de toda a madeira consumida no mundo são provenientes de plantios florestais.
Hoje, temos a maior área plantada de eucaliptos do mundo (mais de 3 milhões de hectares), somos um dos maiores produtores mundiais de celulose (cerca de 6,3 milhões de toneladas por ano) e alcançamos o maior índice médio de produtividade (40m³ por hectare ao ano).